segunda-feira, dezembro 22, 2008

Luz e sombras



Museu de Antropologia do Vale do Paraíba (MAV), captado por mim em uma dessas noites de dezembro.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Bumerangue

E um dia você vai amar alguém de novo.
Pode não ser pra sempre.
Nem a última vez.
Pode ser um dia. Um mês. Um ano. Dez.
Pode ser por 15 minutos.
Talvez, logo em seguida, você ame um outro alguém.
Ou provavelmente, não ame ninguém por um bom tempo.
É pouco provável, mas ocorre de você nem sofrer.
Na maioria das vezes, é possível que você sinta dor comparável à morte de outrem.
Ou sinta-se leve, sabendo que seu amor foi compartilhado pra aquele ‘quem’.
Mas indubitavelmente, você irá amar alguém de novo.
Um velho amor ou algum novo.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Um ano sem Davi

Em oito anos de trabalho em jornal diário –sofrendo a pressão do fechamento e o efeito do pôr-do-sol, quando todo trabalho precisa ser concluído no mesmo dia— nunca fora tão difícil noticiar um fato quanto o que tive que relatar há quase um ano, em 19 de dezembro de 2007.

Naquela madrugada, morria aos 53 anos, o vice-prefeito e secretário de Infra-Estrutura de Jacareí, Davi Monteiro Lino. Escrevi um comunicado para ser colocado nas portas da repartição pública onde trabalho na Assessoria de Comunicação. Poucas linhas e muita dor.

Meu contato com Davi começou em 2001, quando ele assumiu a presidência do SAAE e depois, a Secretaria de Meio Ambiente. Atuava como repórter e nossa primeira entrevista foi carregada de tensão. Era um contato extremamente profissional e confesso não ter, à época, nenhuma simpatia pelo Davi e receber, aparentemente, o mesmo em troca.

Ao longo dos anos, nosso contato foi ficando mais intenso por causa do trabalho no jornal e a mente brilhante de Davi foi me seduzindo pela racionalidade, lógica e maestria. A gente começou a gostar um do outro (grande parte porque tínhamos um elo: uma grande amiga em comum, que fazia o lobby positivo para ambos os lados).

Em 2007, quando fui chamada para trabalhar na Prefeitura de Jacareí, deram-me a 'missão' de assessorá-lo. Nem sempre era fácil acompanhar seus horários puxados, mas era invariavelmente bom o contato permanente com o 'Gordinho', como era chamado pelos colegas.

Engenheiro químico, ele parecia conhecer a cidade como poucos. Foi, como outros, 'braço direito' do prefeito Marco Aurélio durante sete anos de mandato. Era vaidoso com seus feitos e costumava me dizer: "não há um canto dessa cidade que não tenha um dedo meu". Podia parecer arrogância? Sim. Mas era uma verdade absoluta.

Orgulhava-se de ter estudado na Poli-USP. Era influente e admirado mesmo fora do partido ou coligação. Davi podia parecer autoritário. Pragmático, pra ser mais exata. Mas tinha um coração mole, molenga mesmo. Babava de amores pela mulher, Vera, o filho Gabriel e pelo time do coração, o São Paulo Futebol Clube. Preocupava-se com os outros e pouco tempo antes de morrer veio me perguntar se eu estava melhor da crise de bronquite. E emendou com tom partenal: "não pode nem ficar por aí e sair à noite!".

Às vezes inventava às 17h de sair para ver obra. E dizia: "você tem que sair da redação, ver o que estamos fazendo". Eu retrucava: "eu sei, Davi. Você também tem que ler o que escrevo!".

Confessou-me, lá pelo mês de novembro de 2007, que conseguiria 'esticar' a avenida central (inaugurada no último sábado pelo prefeito Marco Aurélio de Souza e batizada como engenheiro Davi Monteiro Lino). E eu: "como, Davi?". Ele, sorrindo e todo orgulhoso: "você vai ver, menina".

Aliás, era de 'menina' e 'menino' que chamava muita gente --e desse por satisfeito por esse tratamento: indicava um carinho que muita gente não conseguia notar naquela postura quase taurina que ostentava.

Também dava apelidos para as pessoas. Eu comecei a ser chamada de "Carminha", porque, segundo ele, eu não lhe dava sossego. Com o tempo apelidou-me de 'bicho-grilo', só por causa da minha coleção de All Star e colarzinhos coloridos. Tentei lhe explicar que All Star estava mais pra hype (os moderninhos de hoje) do que para hippie. "Ah, bicho-grilo é coisa da sua época", eu brincava.

Há quase um ano, cada amigo de Davi perdeu seu 'oráculo'. A cidade, um líder especial. E até o tempo pareceu sentir isso, com a chuva inesperada que atingiu a cidade no dia de sua morte.

No último contato pessoal, ele me disse: "ô, bicho-grilo. Por que não me liga mais? Estou com saudades!". E eu: "também já estou". Vai ser difícil deixar de senti-la.

Stela Guimarães, jornalista em Jacareí

domingo, dezembro 14, 2008

Caos



Meu processo criativo é caótico. Anotações que se perdem pra todo lado. Um brainstorm quase intermitente de idéias. Caos.

Aos poucos, minha pesquisa vai tomando seu rumo e a hipótese inicial amadurece, ganha contornos mesmo diante desse ambiente caótico (a 'biota', nesse caso, é minha própria mente).

A euforia atrapalha o ordenamento narrativo necessário para o ensaio que devo entregar na sexta-feira. Poderia ser o suficiente para me tirar do rumo, mas estranhamente sou tomada por uma sensação de tranquilidade: estou onde queria estar, fazendo aquilo que gosto de fazer, pesquisar.

É sábado à noite e eu estou aqui, gestando mais uma vez. Cada trabalho acadêmico é como um filho prester a nascer.

Carnaval é euforia e caos. Não poderia haver tema mais pertinente para uma mestranda como eu.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Porque só quero me lembrar de coisas boas



Já que as más eu nem consigo lembrar, vale uma lista de coisas que me fizeram feliz em 2008:

Começar o mestrado
Ser mãe do Henrique (sempre!)
As aulas do Mauro Wilton
Carnaval com queridos em São Luiz
Quartas-feiras de Milo com o Gui e a Pri
Passeios com o Pedro
O Waldenyr lançar novo livro
O Elton voltar de Cuiabá
O César ser meu companheiro de estrada
Bate-papos em São Luiz do Paraitinga --e a família Campos
Férias em Ilhabela
Conhecer gente querida na sala de aula: Mari, Pri, Dani Mã, Biba, Mayra, Cláudio, Rodrigo, Yuri e o Massimo. Ou fora dela: Gabi e Rafa.
Internet livre em Jacareí
Estudar cinema com a Esther Hamburguer
Ter nota A nos trabalhos do primeiro semestre
Escrever sobre o Nintendo Wii
Viagem a Curitiba
Inauguração do Parque Central na cidade
Virada Cultural em São Paulo
A Prik e o Cauê oficializarem o namoro após mais de um ano de affair
A Jose planejando casar
Vitória do Hamilton, prefeito
Amigas de infância e outras queridas tornando-se mães (Luciene, Andressa, Cynthia, Tânara, Juju, Sheila, Pri, Kelly)
Visita da Esther e da Lu em casa
Encontrar o Keiny em São Paulo
Participar do seminário "Mutações, a Condição Humana", com status de pós pela UFRJ
A Feira do Livro da USP
Halloween com a Tati, Estela, Célio e a Gi no Café
A Renatinha voltar ao nosso convívio
O novo livro do Slavoj Zizek
Ver a palestra do Slavoj Zizek no Sesc Vila Mariana e conseguir entender tudo sem tradução
Wall-E!
O livro sobre Carnaval do Felipe Ferreira
Trabalhar com a Penélope e o Thiago
Achar tanta coisa legal e barata no brechó
A loja Pink Bijú (rs)
O Gabriel da Lú sair do hospital
Ficar mais com a Dé e as meninas em São Paulo
Organizar o Dia da Água com a Andréia Francomano e Sandra
Soltar 19 mil peixes na represa do Jaguari
Falar com a Fer pelo Nextel
Receber André, Fer, Fer, Gui, Monique e Andréia para o meu aniversário
'Aprender' a dirigir na região de Pinheiros
O filme Control e Divina com o Gui
Almoços na represa
Festa surpresa no meu aniversário na casa do Eduardo (rever Felipe, Priscila e o resto da família Andrade)
Burgo beer com o Lino e a Cibele
Rever a Marpessa e conhecer a Gi no mesmo dia
Praia com a Mirian, Cassi, Felipe e Diogo
Festa de aniversário brega com amigos queridos
A exposição do César
Rever os 90´s no The Doors Cover
Domingos de sol em Jambeiro
O Henrique alfabetizado e leitor assíduo de quadrinhos e jornais
Quase comer a areia do Saara do Henrique Avari por engano
Pastel de angú em São Luiz
Baladinha com Pri e Fer
O Fá reencontrar o amor
Conhecer a (Mari)Stela
Noites de roquenrol no Hocus Pocus (SJC) e Divina Comédia (Mogi)
Passar mais tempo com amigos de infância (Diogo e Filipe)
Descobrir, a posteriori, que o Meteoro tinha piercing
Fotografar o Seamus
Ir a dois shows do Lenine
Viajar, sair e passear sozinha
Viajar, sair e passear com amigos e Henrique
Reencontrar o André Bergamo

Efeitos colaterais

O número de postagens nesse ano confirma: indiscutivelmente, escrevi menos do que os anos anteriores, mas li mais que todos os anos já passados. Não me faltam idéias publicar. Falta-me é motivação e coragem de recomeçar aqui. Talvez porque em 2008 minha vida tenha sido mais colorida naturalmente do que o turbulento 2007. E não é só a minha cidade que entrará no ano seguinte com a continuidade do governo cuja bandeira é vermelha. É com essa cor que meu ano vai findando.

=)